domingo, 18 de setembro de 2011

Instalando o Bugzilla no Debian ou Ubuntu

  • Introdução

O Bugzilla é um famoso gerenciador de bugs e pendências para projetos de desenvolvimento, especialmente desenvolvimento de sistemas, criado pela Fundação Mozilla. Suporta múltiplos projetos, diversos componentes por projeto e login de usuários. Suporta envio de anexos e é bastante flexível, além de ser código aberto (e, portanto, gratuito). Você pode baixar e instalar o Bugzilla em sua máquina pessoal, em um servidor de seu projeto, sua empresa ou instituição, ou mesmo modificá-lo e adaptá-lo para seu uso, caso deseje. Este artigo ensina os passos básicos para a instalação comum do Bugzilla, dando ênfase a sistemas derivados do Debian (como Ubuntu). Uma documentação detalhada de cada versão do sistema, incluindo a instalação destas, pode ser encontrada do repositório oficial de documentações (aqui). O artigo é divido em várias seções, uma para cada etapa da instalação, para melhor compreensão e orientação segura do fluxo, descrito passo-a-passo.


  • Verificando Dependências: Perl

O Bugzilla depente da linguagem Perl. Você não precisa saber nada da linguagem e possivelmente ela já vem na sua distribuição. Porém, para verificar isto, digite o comando:

perl -v

Caso o comando rode perfeitamente, o Perl está instalado. A versão mínima do Perl para rodar o Bugzilla deve ser maior ou igual à 5.8.1.


  • Verificando Dependências: Banco de Dados

O Bugzilla pode rodar em uma de três opções diferentes de bancos: MySQL, Oracle ou PostgreSQL. Para verificar as versões de cada um deles, digite:

mysql -V [para o MySQL. Deve ser maior ou igual a 4.1.2]
psql -V [para o PostgreSQL. Deve ser maior ou igual a 8.00.0000]
select * from v$version [para o Oracle. Deve ser maior ou igual a 10.02.0]

Se você tem ao menos um destes bancos e não está usando uma versão incrivelmente desatualizada da sua distribuição, então muito provavelmente seu banco servirá para o Bugzilla. Caso você ainda não tenha um banco de dados, recomendo que instale e use o MySQL. Para tanto, visite o nosso artigo Como Instalar e Configurar o MySQL no Ubuntu.


  • Verificando Dependências: Servidor Web

 Imagino que, a esta altura, você já tenha o Apache Web Server instalado (ou outro servidor web que suporte Perl). O Bugzilla recomenda o uso do Apache e, caso não o tenha instalado, proceda a instalação do mesmo via apt-get, digitando:

apt-get install apache2


  • Instalando e Configurando o Bugzilla

Muito bem, agora você está pronto para começar a instalação do Bugzilla. Baixe-o do portal oficial e copie-o para o diretório onde estão suas páginas do Apache. Descomprima-o lá dentro. Exemplo (para o arquivo da versão 4.0.2 e para o diretório /var/www como sendo o repositório das pastas virtuais do Apache):

mv bugzilla-4.0.2.tar.gz /var/www/
cd /var/www/
tar -zxvf bugzilla-4.0.2.tar.gz

É sempre bom renomear o diretório criado para um nome que você decida ser melhor, caso deseje:

mv bugzilla-4.0.2 bugzilla

Como o Bugzilla precisa escrever nos seus próprios arquivos, você terá de dar permissão para tanto. Verifique o usuário e grupo do Apache que está configurado na sua distribuição (para o Ubuntu, o usuário e grupo são ambos www-data) e modifique as permissões de acesso do Bugzilla para autorizar este usuário e grupo:

chown -R www-data bugzilla/
chgrp -R www-data bugzilla/

Você pode conferir se tudo funcionou com um "ls -l".


  • Instalando e Configurando os Módulos do Perl para o Bugzilla

A não ser que você seja um ávido desenvolvedor Perl, possivelmente seu servidor tem o Perl, porém não tem todos os módulos e bibliotecas necessárias para rodar o Bugzilla em sua plenitude. Neste caso, precisaremos verificar quais módulos você realmente tem e quais precisam ser instalados. Esta etapa deve ser feita cuidadosamente para que não falte nenhum módulo. Felizmente, o programa fornece uma ferramenta para isto. Entre no diretório do Bugzilla (talvez /var/www/bugzilla, ou o local onde você o colocou) e digite:

./checksetup.pl --check-modules

Não fique triste, mas a saída reportará várias linhas em vermelho, indicando os módulos não encontrados (ou encontrados, mas em versões inferiores à esperada). Você pode tentar instalá-los com os comandos sugeridos na própria saída, ou via apt-get. Eu recomendo que instale via apt-get o máximo de módulos possíveis, de sorte a garantir a integridade de seu sistema.
Alguns módulos que possivelmente estarão presentes: CGI.pm, Digest-SHA, TimeDate, DBI, URI, DBD-mysql. Alguns módulos que possivelmente estarão ausentes e podem ser instalados via apt-get são:

Módulo DateTime-Timezone:
apt-get install libdatetime-timezone-perl

Módulos List-MoreUtils e DateTime:
apt-get install libdatetime-perl liblist-moreutils-perl

Módulo Email-Send:
apt-get install libemail-send-perl

Módulo Email-MIME:
apt-get install libemail-mime-perl

Módulo Template (Template-Toolkit):
apt-get install libtemplate-perl

Caso, em seu sistema, outro módulo esteja faltando, o pacote correspondente pode ser encontrado fazendo a pesquisa:

apt-cache search [nome-do-módulo]

Use esta opção acima para achar também os módulos opcionais que deseja instalar (embora não estritamente obrigatórios, os módulos opcionais podem ser desejáveis para um uso mais amplo do Bugzilla).

Após a instalação dos módulos, rode de novo o comando checksetup (conforme mostrado lá em cima) para verificar se ainda há pendências.
Se algum módulo ficar faltando, ou caso esteja instalado, contudo o comando informa que se trata de uma versão inferior à requerida, então é preciso fazer o resto da instalação "à mão", ou seja, com os comandos sugeridos. Neste momento, como você fez o máximo que pôde com os pacotes do Debian (pelo apt-get), então as chances de instalações ou atualizações manuais falharem são de fato muito pequenas. Vide a seção seguinte.


  • Instalando Manualmente os Módulos do Perl para o Bugzilla

Suponhamos que o procedimento da seção acima informa que dois módulos foram instalados corretamente pelo gerenciador apt-get mas não se encontram nas versões mínimas requeridas: Template-Toolkit e Email-MIME (comumente isto acontece em algumas versões do Ubuntu).
Felizmente, o Bugzilla também se preocupou com problemas inerentes a este cenário, e prontificou uma ferramenta que auxiliará a instalação das versões mais novas (ou ao menos as versões corretas e apropriadas) dos módulos em questão. O próprio comando "checksetup.pl" sugere como proceder!! Basta que se digite (em relação a estes dois módulos e estando ainda no diretório do Bugzilla):

/usr/bin/perl install-module.pl Template
/usr/bin/perl install-module.pl Email::MIME

Utilizei estes módulos como exemplo, pois é comum que isto aconteça com eles. Entretanto, o comando acima instalará qualquer módulo, se substituir o "Template" ou "Email::MIME" pelo nome do módulo desejado. Impera ressalvar que, em qualquer condição, só faça uso dessa ferramenta se e somente se a instalação dos módulos pelo seu gerenciador de pacotes (apt-get, aptitude, Synaptic, etc.) não for possível ou acabar instalando versões anteriores à necessária.
Agora, faça figa, cruze os dedos, e verifique novamente como estão os módulos com o mesmo famoso comando ensinado lá em cima:

./checksetup.pl --check-modules

Se estiver tudo branquinho, então esta etapa foi superada!! Parabéns e continue aí embaixo com a próxima etapa!!


  • Instalando os Módulos Opcionais do Perl para o Bugzilla

Esta seção não é rigorosamente necessária para continuar a instalação, mas pode ser necessária dependendo da funcionalidade do Bugzilla que você desejar usar. Se quiser, pule para a seção seguinte. Caso contrário, instale os módulos que você realmente precisa dentre as opções abaixo. Os módulos HTML-Parser e libwww-perl possivelmente já estarão instalados. Seguem os comandos para a instalação dos outros.

Módulos GD e Chart:
apt-get install libchart-perl

Módulos GDTextUtil e GDGraph:
apt-get install libgd-graph-perl

Módulo Template-GD:
apt-get install libtemplate-plugin-gd-perl

Módulo MIME-tools:
apt-get install libmime-tools-perl

Módulo XML-Twig:
apt-get install libxml-twig-perl

Módulo perl-ldap:
apt-get install libnet-ldap-perl

Módulo Authen-SASL:
apt-get install libauthen-sasl-perl

Módulo RadiusPerl:
apt-get install libauthen-radius-perl

Módulo SOAP-Lite:
apt-get install libsoap-lite-perl

Módulos JSON-RPC e JSON-XS:
apt-get install libjson-rpc-perl

Módulo Test-Taint:
apt-get install libtest-taint-perl

Módulo HTML-Scrubber:
apt-get install libhtml-scrubber-perl

Módulo TheSchwartz:
apt-get install libtheschwartz-perl

Módulo Daemon-Generic:
apt-get install libdaemon-generic-perl

Note que alguns módulos não estão, aparentemente, disponíveis via gerenciador de pacotes. Assim, como na seção anterior, caso um dos módulos não seja encontrado ou não esteja na versão requerida, ele pode ser instalado diretamente pelo comando "install-module.pl", conforme descrito acima.


  • Instalando o Módulo do Perl no Apache2

Se o seu Apache2 já roda programas escritos em Perl, então talvez este passo também não seja necessário. Caso contrário, você precisa do módulo de Perl para o Apache. Este módulo faz com que o Apache aprenda a repassar para o executor Perl o código escrito em arquivos solicitados. Sem o módulo, os arquivos de código Perl serão tratados como arquivos de texto puro e serão simplesmente listados na tela de seu navegador.
Verificando se você tem o módulo Perl do apache:

ls /etc/apache2/mods-available/
[deve aparecer o arquivo perl.load na listagem]

Verificando se o módulo está ativo:

ls /etc/apache2/mods-enabled/
[deve aparecer o arquivo perl.load na listagem]

Caso o arquivo mencionado não esteja lá, o módulo não está instalado.
Instalando o módulo Perl do Apache2:

apt-get install libapache2-mod-perl2

Agora o arquivo deve aparecer em ambos os diretórios. Não se esqueça de que, sempre que uma mudança como estas é feita, é preciso que se reinicie o Apache. Você pode deixar para fazer isto depois, quando terminar de configurá-lo para o Bugzilla. Porém, caso deseje testar o carregamento do módulo, digite:

service apache2 restart

Você pode rodar de novo o verificador "./checksetup.pl --check-modules" e observar a linha "mod_perl" para averiguar se a versão do módulo do Perl para o Apache é maior ou igual à requerida. Embora esta linha esteja entre os módulos opcionais, ela é imprescindível caso você pretenda usar o Apache como servidor web através do módulo citado.


  • Gerando Automaticamente o Arquivo localconfig

A instalação está quase no fim!! Agora o seu Bugzilla precisa, para rodar perfeitamente, de acesso ao banco de dados. Para tanto, o programa lê um arquivo de configuração denominado "localconfig". Se você procurar este arquivo (e tiver feito tudo conforme indiquei até aqui!), notará que ele não existe (ainda). Não se preocupe, ele é gerado automaticamente pelo mesmo programa "checksetup.pl", porém rodado agora sem o parâmetro "--check-modules". Portanto, execute:

./checksetup.pl

[Quase no final deve surgir esta mensagem:]
This version of Bugzilla contains some variables that you may want to change and adapt to your local settings. Please edit the file ./localconfig and rerun checksetup.pl.

Muito bem!! Seu arquivo foi gerado!! Mas ainda está com as opções padrões... precisamos configurar qual schema (database) e qual usuário de banco o Bugzilla usará.


  • Criando Usuário de Banco e Schema (Database)

Este é um bom momento para se criar um usuário do banco de dados para o Bugzilla (jamais, jamais, sob qualquer hipótese, use o usuário "root"!!!), como também o seu Schema (ou Database). Como este artigo recomenda o uso do MySQL, abaixo estão os comandos do MySQL para executar estas funções. Caso você esteja usando o Oracle ou o PostgreSQL, busque na documentação de seu banco a maneira apropriada de se realizar estas operações.

Criando um usuário no MySQL:

mysql -u root -p
[digite a senha do banco, definida na instalação do mesmo, lá em cima]

mysql> create user 'bugzilla'@'localhost' identified by 'password';
[password é a senha que você deseja colocar, bugzilla é o nome do usuário (de até 16 caracteres). Não use nada óbvio!!]

Criando um schema para o Bugzilla:

mysql> create database bugzilla character set = 'utf8';
["bugzilla" será o nome do schema. Use o nome que quiser]

Concedendo privilégios para o novo usuário sobre o novo schema:

mysql> grant all privileges on bugzilla.* to 'bugzilla'@'localhost';


  • Configurando o Arquivo localconfig

Edite o arquivo "localconfig", de forma a acrescentar os dados do banco de dados e permitir o acesso correto do Bugzilla ao mesmo.

vi localconfig

Configure as opções:

$webservergroup = 'www-data';
[ou o nome do grupo linux usado pelo seu Apache]

$db_driver = 'mysql';
[pode ainda ser "oracle" ou "Pg", conforme o caso]

$db_host = 'localhost';
[caso acesse o banco de outra máquina, coloque o endereço do host aqui]

$db_name = 'bugzilla';
[ou o nome do schema ou database que você escolheu]

$db_user = 'bugzilla';
[ou o nome do usuário do banco que você escolheu]

$db_pass = 'password';
[ou a senha do usuário do banco que você escolheu]

Possivelmente as outras opções podem ficar como estão. Para testar se está tudo certinho e finalmente criar todas as suas tabelas dentro do banco de dados, rode novamente o programa:

./checksetup.pl

Se tudo correr bem, você verá um monte de tabelas sendo criadas. Ao final, serão solicitados dados para o administrador do Bugzilla, a saber:

- e-mail do Administrador do Bugzilla;
- Nome (real) do Administrador do Bugzilla;
- Senha (segura, por favor!!) do Administrador do Bugzilla.

Parabéns, seu Buzilla está configurado!! Resta apenas ensinar o Apache a encontrá-lo, que é seu último e derradeiro passo!!
NOTA: Uma vez terminada a configuração total, você poderá, via interface web do Bugzilla, criar mais usuários, inclusive outros usuários com perfil de Administrador.


  • Configurando o Servidor Web para o Bugzilla

A equipe do Bugzilla recomenda que se use o Apache Web Server. Este tutorial tem indicado o Apache desde o início; portanto, será explanada apenas a configuração deste servidor web. Se você usa, por qualquer motivo, outro servidor web, busque em suas documentações as configurações equivalentes.

Rode a página de teste do Bugzilla:

http://[seu servidor]/[pasta virtual]/testagent.cgi
[troque "seu servidor" pelo endereço ou IP de seu servidor, e "pasta virtual" pelo diretório onde o Bugzilla foi instalado]
Exemplo:
http://localhost/bugzilla/testagent.cgi

Se aparecer somente o texto "OK", então provável é que esteja tudo funcionando. Se o código do arquivo CGI for listado na tela, então o Apache ainda precisa entender melhor o Bugzilla. Possivelmente é isto que irá acontecer.

Existem duas maneiras de se configurar o Apache para rodar o Bugzilla: via mod_cgi e via mod_perl. Neste tutorial vamos varrer o mod_cgi, por ser mais econômico na memória e mais flexível (suporta múltiplas instâncias no mesmo servidor).
Abra o arquivo de configuração de seu Apache (apache2.conf ou httpd.conf, dependendo de sua distribuição):
vi /etc/apache2/apache2.conf

Acrescente as linhas:

<Directory /var/www/bugzilla>
AddHandler cgi-script .cgi
Options +Indexes +ExecCGI
DirectoryIndex index.cgi
AllowOverride Limit FileInfo Indexes
</Directory>
[troque o "/var/www/bugzilla" pelo diretório correto onde o seu Bugzilla está instalado]

Reinicie o Apache Web Server (lembra que eu pedi que você esperasse por este momento bem lá em cima?? Pois é, agora chegou a hora!!):

service apache2 restart

 Rode o "checksetup.pl" para pequenos ajustes automáticos. Este programa pode ser rodado a qualquer momento que se fizer necessário, sem prejuízo algum:

./checksetup.pl

Acesse novamente a página de testes lá em cima, no início desta seção. Se tudo funcionou, ela vai listar apenas uma linha contendo o texto:


OK mod_cgi

Parabéns!! Seu Bugzilla está instalado e rodando!! Acesse-o pelo endereço:

http://[seu servidor]/[pasta virtual]/
Exemplo:
http://localhost/bugzilla/

Se preciso, dê um Ctrl+F5 (função refresh ou recarregar do navegador) na página para ela acordar. Deve aparecer uma tela chamada "Main Page" e dizendo, sorridente, "Welcome to Bugzilla"!!

Agora você vai desejar certamente descansar um pouco, tomar um café, ou um chá, ou um mate, comentar este artigo dizendo como ele te ajudou tanto (ehehe) e, enfim, começar a cadastrar seus projetos e os componentes internos dos mesmos. Para tanto, clique em "Login", digite o e-mail que você informou para o Administrador, a senha que foi igualmente informada, e siga as instruções da página que surgirá.


  • Conclusões

Este foi um artigo um tanto quanto extenso que procurou deixar de forma bem clara e simples todos os (muitos!) passo da instalação completa do Bugzilla. Embora os passos sejam numerosos e a quantidade de tecnologias utilizadas seja grande e diversificada, o Bugzilla é amigável e vem com programas internos que facilitam e automatizam muito todo o processo.
A documentação é muito clara, porém não está em português. Uma pendência na documentação, no entanto, é que, com o caráter generalista que lhe é de costume, ela deixa passar muitos comando que podem instalar mais seguramente módulos e bibliotecas, como os comandos que utilizam o gerenciador de pacotes do Debian, o apt-get.
Evidentemente, outras distribuições de Linux, com seus próprios sistemas de pacotes e seus gerenciadores, substituirão os comandos informados aqui por comandos bem semelhantes. Assim, espero, com este artigo, ter ajudado a aprimorar o processo de instalação do Bugzilla e colaborar com aqueles que precisam de uma instalação confiável, detalhista e segura, onde todos os passos são avaliados e explicados.
Se você realmente gostou, deixe seu comentário e experiência. Poderá estar, com isto, ajudando a muitos outros que nos visitam em busca de informações e ajuda.

Como Instalar e Configurar o MySQL no Ubuntu

O MySQL é talvez o mais popular banco de dados do mundo. Gratuito e de código aberto, certamente, ainda que você não o use nos sistemas que você desenvolve, você precisará de ferramentas (muitas abertas, outras nem tanto) que demandam a utilização deste banco de dados. Em geral isto é uma coisa boa porque o MySQL é um banco rápido e leve. Este artigo expõe, de forma simples e direta, como instalar o MySQL em sistemas baseados em Debian, como o Ubuntu.
Apenas por curiosidade, segue uma lista de algumas ferramentas comuns que usam o MySQL, das quais talvez você necessite em seus projetos ou em sua empresa:

MediaWiki, ferramenta gratuita para criação de páginas Wiki.
Wordpress, ferramenta gratuita para criação de blogs.
Bugzilla, ferramenta gratuita para controle de bugs de um projeto.
FengOffice, gerenciador de projetos não tão gratuito.
OTRS, famoso gerenciador de tickets, muito útil para serviços de helpdesk e suporte.


  • Instalando o MySQL

Entre como administrador (root) do sistema e digite:

apt-get install mysql-server
(Quando for solicitado, defina uma senha segura de root do MySQL. Não deixe esta senha em branco!!)

O pacote "mysql-server" é, na verdade, um meta-pacote que aponta para a versão mais nova do banco disponível nos repositórios de sua distribuição.
Isto instala apenas o servidor do banco, ou seja, o banco em si. Este servidor vem com um cliente em modo texto bem simples, mas não instala diretamente nenhuma ferramenta gráfica de administração e manipulação do banco.

Nota 01: O download completo do banco e as principais dependências podem chegar a mais de 24MB e a instalação dos mesmos ocupará mais de 60MB de disco. Verifique a disponibilidade de seus discos.

Nota 02: Embora seja possível, evite instalar a versão disponível no portal do banco, a menos que você seja especialista no assunto, pois esta versão vem com opções de configurações consideradas inseguras.


  • Instalando Clientes Gráficos (GUI) do MySQL

É claro que só o banco e as ferramentas em modo texto disponíveis no servidor não vão deixar um DBA completamente feliz... neste caso, especialmente para uso profissional, será preciso que se instalem ferramentas gráficas que facilitem o trabalho de consultas, criação de queries e scripts, administração do banco de dados, etc.

IMPORTANTE: Recomenda-se que estas ferramentas abaixo sejam instaladas nos clientes, e não no servidor. Isto quer dizer: não as instale na máquina que vai servir o banco, mas sim nas máquinas pessoais de cada usuário ou administrador do banco.

1- Uma ferramenta simples, gratuita e ágil é o MySQL Query Browser, que pode ser instalada com o comando:

apt-get install mysql-query-browser

Com ela, você pode:

- Criar queries e scripts;
- Salvar históricos;
- Autocompletar comandos;
- Depurar scripts;
- dentre muitas outras funcionalidades!!


2- Muitas vezes, a instalação deste programa inclui automaticamente outro bem útil, o MySQL Administrator. Caso não o inclua na sua distribuição, instale-o com o comando:

apt-get install mysql-admin

Com o MySQL Administrator, você pode:

- Gerenciar usuários e bancos;
- Fazer e restaurar backups;
- Parar e reiniciar o banco;
- Obter informações críticas sobre o sistema onde o banco roda;
- Configurar grande parte dos parâmetros do banco;
- Medir o desempenho do banco;
- Visualizar logs;
- Acompanhar replicações;
- dentre muitas outras coisas!!


3- Ainda uma outra ferramenta extremamente útil na suíte de ferramentas gratuitas do MySQL é o MySQL Workbench, que pode ser instalado com o comando:

apt-get install mysql-workbench-gpl

Esta ferramenta possibilita:

- Muito do que as ferramentas anteriores permitem, adicionando:
- Gerenciamento completo de múltiplas instâncias do MySQL;
- Engenharia reversa do schemas e/ou scripts para geração de modelos EER (Modelos de Entidade-Relacionamento, aprimorados para suportar subclasses e superclasses, união de objetos, especialização e generalização).
Com as ferramentas acima, qualquer profissional estará bem munido para usar o MySQL tranqüilo e feliz!!

Espero ter ajudado, pessoal!! Boa sorte a todos e, claro, COMENTEM (e, se quiserem, cliquem no maiszinho aí embaixo!!)

sábado, 17 de setembro de 2011

Como Criar uma Caixa de Seleção (Lista Drop-Down) no OpenOffice Calc

Este artigo mostra um recurso simples e muito poderoso do OpenOffice (ou LibreOffice, ou Br-Office, como se queira...): como transformar uma célula da planilha do Calc em uma caixa de seleção (também chamada lista de seleção, caixa drop-down, lista drop-down, etc.), populada com valores pré-definidos.
Esta funcionalidade não é exclusiva do OpenOffice, ela existe em outras planilhas eletrônicas. Porém, o OpenOffice tem uma maneira elegante de tratar os dados e isolá-los do conteúdo de sua planilha, mantendo a flexibilidade e facilidade de uso.


PASSO 01: Selecione uma ou mais células onde será criada a caixa de seleção desejada, conforme a Figura 01.
 
Figura 01: Células selecionadas para aplicação da lista de dados.


PASSO 02: Acesse o menu "Dados" ("Data", se estiver em inglês), opção "Validade" ("Validity"), conforme a Figura 02.
 
Figura 02: Acessando a funcionalidade Validade no menu Dados.


PASSO 03: Clique na caixinha "Permitir", onde está selecionada a opção "Todos os Valores", e mude-a para "Lista". Imediatamente aparecerá um quadro branco, ainda vazio, disposto na parte de baixo da janela, com o nome "Entradas". Também surgirão algumas opções padrões selecionadas. Mantenha selecionadas as opções "Mostrar células em branco" e "Mostrar lista de seleção", caso deseje. Evidentemente, ao menos a segunda deverá estar selecionada, para que a lista não fique escondida. Vide Figura 03.
 
Figura 03: Tela para a criação da lista de dados da caixa de seleção Drop-Down.

PASSO 04: Escreva na caixinha branca vazia todas as opções que você desejar, tomando o cuidado de colocar uma opção em cada linha, conforme mostra a Figura 04. Terminada a inserção dos dados em sua lista, clique no botão OK.
 
Figura 04: Preenchendo os dados.

Beleza: a sua lista ou caixa de seleção Drop-Down está criada e pronta para ser usada, conforme mostra a Figura 04. Uma vez de retorno à planilha, as opções podem ser acessadas clicando-se na setinha para baixo ao final de cada célula configurada com a lista de dados, conforme mostra a Figura 05.
 
Figura 05: Selecionando os dados presentes na lista.


  • Alterando os Valores
Se, após o final deste processo, você notar que é preciso alterar algum valor ou inserir novas opções que se fizerem necessárias, basta que se selecione todas as células cujos dados devem ser alterados e se repita o procedimento, ou seja: vá em "Dados", opção "Validade" e, na lista que já estará pronta, faça as inserções ou alterações desejadas.
Caso um ou mais dados existentes sejam alterados, certifique-se de remarcá-los nas células onde eles foram selecionados, para que as células tenham seus textos atualizados.
Não se esqueça de que as alterações dos dados da lista só serão aplicadas às células que forem marcadas (selecionadas) quando da execução do procedimento!! As outras listas das células não marcadas permanecerão como estavam antes.


  • Conclusões
Este artigo simples e breve mostrou como criar uma caixa de seleção de dados no OpenOffice. Note que este programa, diferentemente de alguns de seus concorrentes, armazena os dados isolados da planilha, o que gera para o usuário mais conforto e melhor organização, especialmente na construção de planilhas complexas e robustas.

Espero que o artigo tenha ajudado!! Como sempre, espero que todos COMENTEM!! :-)

domingo, 4 de setembro de 2011

Testando o Som com JavaSound

A API JavaSound é responsável pela execução de som no sistema operacional através de um dispositivo de som (placa de som) devidamente instalado. O JavaSound é uma API relativamente de baixo nível e não contém implementações de algoritmos sofisticados que ultrapassem a manipulação de sons em si, como um recurso automático para tocar arquivos de som comprimidos ou recursos para converter entre formatos de som com compressão de dados, filtragem de banda, análise de espectro, etc. Claro que tudo isso pode ser implementado e realizado usando o JavaSound, mas não vem pronto de cara.
O JavaSound possui basicamente duas formas de tratar os sons: via streams de áudio formatadas (chamada sampled) e via sinais MIDI. Cada qual possui seus próprios objetos e funcionalidades.


  • Testando o som com JavaSound

Para se testar o som, ou seja, para se verificar se o seu equipamento de som na máquina em que seu programa está rodando está realmente acessível ao Java, utilize estes comandos:

// Testando se é possível tocar MIDI
MidiSystem.getSequencer();

// Testando se é possível tocar áudio (wave)
AudioSystem.getMixer(null);

Note que foram testadas duas coisas: áudio e MIDI. Se tudo correr bem, estas linhas rodarão perfeitamente. Isto significa que seu sistema é capaz de prover ao menos um seqüenciador MIDI para receber sinais deste protocolo e ao menos um Mixer capaz de receber pelo menos uma entrada de áudio padrão. O argumento "null" na última linha significa que desejamos obter o Mixer padrão, e não Mixers específicos e alternativos, que podem ou não estar disponíveis, dependendo da placa de som.
Se a primeira linha falhar, você receberá um MidiUnavailableException. Caso a segunda falhe, você receberá um SecurityException, indicando que não é possível encontrar ou não se tem permissão de escrita para o dispositivo (isto pode acontecer, por exemplo, se já tiver algum outro processo escrevendo áudio para o Mixer padrão no momento em que você o testa).
Lembre-se de testar ambos os casos separadamente, para tratar cada problema de modo isolado.

Bom, espero ter ajudado. Qualquer coisa, COMENTEM!!